Entre setembro de 2017 e o mesmo mês em 2021, o Poder Judiciário gastou R$ 2,8 bilhões com indenizações por férias não gozadas pelos juízes brasileiros. O valor não é ilegal, uma vez que os magistrados podem “vender” parte dos 60 dias do benefício a que têm direito.
O levantamento do UOL, feito com dados do Conselho Nacional de Justiça, revela que os gastos com essa finalidade em todo o Brasil somaram R$ 182,5 milhões de setembro a dezembro de 2017. Nos anos seguintes foram: R$ 549,2 milhões (2018), R$ 706,7 milhões (2019), R$ 560 milhões (2020) e R$ 421 milhões (de janeiro a setembro de 2021). Os valores tiveram atualização de acordo com o IPCA.
A maior quantia recebida em razão de parte das férias não gozadas aparece para o juiz Euripedes do Carmo Lamounier, do Tribunal de Justiça do Tocantins. Ele ganhou R$ 1,4 milhões pelos dias de férias em que trabalhou nos últimos 4 anos. Em sua companhia, existem outros cinco juristas do Estado no topo da lista com as dez maiores indenizações acumuladas no período. Oito deles receberam, pelo menos, R$ 1 milhão cada.