Embora a morte súbita seja frequentemente associada a eventos inesperados, a realidade é que ela nem sempre é tão súbita quanto parece. Avanços em medicina e ferramentas diagnósticas cada vez mais sofisticadas estão revelando sinais que podem indicar um risco aumentado, abrindo portas para a prevenção e o tratamento precoce de doenças subjacentes.
Segundo o cirurgião cardiovascular da Hapvida NotreDame Intermédica, Renato Max, uma dessas ameaças silenciosas que pode ser identificada é a cardiomiopatia hipertrófica, cujo diagnóstico mais comum ocorre antes dos 35 anos. De acordo com ele, a doença, caracterizada pelo espessamento anormal do músculo cardíaco, pode apresentar diversos sinais de alerta, como dor no peito, palpitações, desmaios e falta de ar.
“Ignorar esses sinais pode ter consequências graves, como a morte durante a prática de exercícios físicos intensos. Fazer avaliação periódica, principalmente antes do início de qualquer atividade física, seja ela recreativa ou competitiva, é fundamental”, alerta o médico.
Renato Max afirma que um marco importante na luta contra a cardiomiopatia hipertrófica no Brasil foi a recém-lançada diretriz de diagnóstico e tratamento elaborada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). “Pela primeira vez, o país conta com um documento padronizado que orienta os médicos na identificação e manejo dessa doença complexa”, destaca.
O diagnóstico da cardiomiopatia hipertrófica não significa o fim da vida ativa, ressalta o cirurgião cardiovascular. Renato Max explica que com acompanhamento médico adequado e tratamento individualizado, que pode incluir medicamentos, cirurgia ou a implantação de um cardiodesfibrilador, a maioria dos pacientes pode levar uma vida saudável.
A prevenção é importante para reduzir o risco de morte súbita e garantir uma melhor qualidade de vida. É o que alerta o profissional para esse e outros casos.
“Adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, pratica de exercícios físicos com regularidade, controle do peso, além de evitar o tabagismo e manter o acompanhamento médico são medidas essenciais para a saúde do coração e do corpo como um todo”, defende.