O corpo de Sylmara Sirlene, de 30 anos, foi enterrado nesta quarta-feira (6). Ela foi encontrada morta em sua residência, em Santa Rita, na última terça-feira (5). De acordo com Geovane Guilherme, irmão da jovem, o vício no Jogo do Tigre levou Sylmara a acumular dívidas, o que a teria motivado a tirar a própria vida.
“Ela se endividou muito para apostar no jogo do tigre e se viciou”, disse Geovane.
Sylmara era colaboradora da doceria Sonho Doce. De acordo com informações de pessoas próximas, Sylmara estaria desesperada com dívidas devido ao jogo. Ela teria pedido demissão a fim de receber os valores da rescisão e pagar suas dívidas. Sylmara repetia que estava viciada e, inclusive, teria perdido todo seu salário no jogo. A Sonho Doce divulgou uma nota, lamentando o falecimento da funcionária.
O jogo vem ganhando destaque nas redes sociais, após ser amplamente divulgado por influenciadores digitais. O irmão de Sylmara fez um apelo para que essa divulgações não sejam feitas.
“Eu peço a vocês que não divulgam esse jogo do tigre. Não divulgue esse jogo diabólico. Hoje perdi minha irmã por conta desse vício. Não divulguem se vocês têm amor no coração”, desabafou.
Investigações e prisões
A polícia descobriu uma rede de influenciadores envolvidos que atua no recrutamento para o esquema. São pessoas que alegam ter vencido no jogo e aparecem exibindo seus sucessos nas redes. No entanto, segundo a investigação, trata-se de uma atividade criminosa de apostas que vem causando prejuízos a diversas vítimas.
Conforme divulgado no domingo (05) pelo Fantástico, a Polícia Civil do Paraná prendeu três homens envolvidos na promoção do app em uma operação que investiga o grupo criminoso responsável pelo esquema de apostas. Eduardo Campelo, Gabriel e Ricardo foram detidos em 19 de novembro.
Eduardo Campelo, Gabriel, Ricardo e Ezequiel ganhavam entre R$ 10 e R$ 30 por cada novo jogador cadastrado nas plataformas, segundo a polícia. Além disso, ganhavam entre R$ 5 mil e R$ 15 mil por campanhas de sete dias de divulgação do jogo nas redes sociais. A estimativa é que o grupo tenha movimentado em torno de R$ 12 milhões em 6 meses.