O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sugeriu neste domingo (28) que os senadores o poupariam de ataques se ele desse declaração em apoio à adoção de tecnologia chinesa para a internet 5G no Brasil. Em audiência no Senado na última 4ª feira (24.mar.2021), o chanceler ouviu de congressistas que não tem condições de seguir no cargo. Depois, diplomatas também manifestaram descontentamento com sua gestão.
A manifestação de Ernesto Araújo foi por meio de sua conta no Twitter. Ele disse que a senadora Kátia Abreu (PP-TO) pediu a ele um “gesto” em relação à internet 5G. A congressista teria afirmado que isso faria dele “o rei do senado”. Segundo o ministro, o diálogo foi em um almoço no Itamaraty em 4 de março, e na ocasião “pouco ou nada se falou sobre vacinas”.
Na audiência do Senado em que congressistas sugeriram a troca do comando do Itamaraty na frente de Araújo, Kátia Abreu questionou se ele se sentia à vontade para conduzir a política externa brasileira.
A importância do Senado para o Itamaraty vai além do respaldo político no sentido amplo. A Casa tem poder sobre o ministério. Os senadores votam, por exemplo, indicações de embaixadores. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse na 5ª (25.mar) que a política externa do Brasil precisa de mudança.
Ernesto Araújo já se envolveu em atritos com a China, potência da indústria farmacêutica e grande compradora de produtos agrícolas brasileiros. Parte da classe política atribui a Araújo uma cota de responsabilidade pelo Brasil não conseguir comprar imunizantes em quantidade suficiente para lidar com o coronavírus.
A tecnologia de internet 5G é um dos principais assuntos do cenário internacional atualmente. Os Estados Unidos tentam impedir que a empresa chinesa Huawei domine o mercado de equipamentos dessa área.
Por Poder 360