O delegado que investiga a morte da psicóloga Fabiana Maia Veras, de 42 anos, em Assú (RN), conversou com o repórter da TV Ponta Negra, Rogério Fernandes, em entrevista para o Patrulha da Cidade desta quinta-feira (25), sobre as investigações do caso. Segundo o delegado Valério Kuerten, João Batista de Carvalho Neto, de 41 anos, agiu sozinho e premeditadamente.
João Paulo passou por audiência de custódia na tarde desta quinta-feira e teve a prisão preventiva decretada. Ele está preso na Cadeia Pública de Caraúbas.
Valério Kuerten detalhou que a vítima conhecia o agressor, por isso, apesar de aparentemente estranhar como estava vestido, já que usava luvas, camisa com mangas compridas, capuz e máscara de proteção individual, permitiu sua entrada nas dependências da clínica, onde também residia. “Ele conhecia a vítima e a vítima conhecia ele, tanto é que franqueou a entrada no consultório, apenas estranhou a vestimenta”, comentou.
As câmeras de segurança registraram o momento da chegada de João Batista, porém, o suspeito e a psicóloga seguiram para a área íntima do local, onde fica a residência de Fabiana Maia. No local, não há circuito interno de vigilância. Para o delegado, João Batista sabia que as câmeras estavam posicionadas apenas na área da clínica. A psicóloga foi morta em um dos quartos da casa.
Mãos sujas de sangue
Ainda segundo o delegado, as imagens das câmeras mostram João Batista deixando o local com as mãos sujas de sangue. Ele contratou um motorista para levá-lo de Natal a Assú, explicando que teria uma consulta com a psicóloga e pediu para o profissional esperá-lo. Em depoimento, o motorista disse que estranhou ao vê-lo entrar no carro com vestígios de sangue nas mãos, mas que havia sido contratado para realizar o serviço e, assim, o fez.
Pistola
A pistola encontrada no carro de João Batista era da psicóloga, que participava de um clube de tiro e tinha várias armas registradas no nome dela. Outros objetos, como faca, soco-inglês, dentre outros utilizados no crime, foram descartados e encontrados no condomínio no qual o suspeito residia em Natal. Todo o material foi encaminhado para ser periciado pelo ITEP em Natal.
O que aconteceu?
João Paulo acreditava que Fabiana estava aconselhando sua ex-namorada a não reatar o relacionamento. Após autorização judicial, as conversas dele, tanto com a vítima quanto com a ex-namorada, serão analisadas. “A investigação acredita que ele veio até aqui (Assú) para ter acesso ao celular da vítima e confirmar, realmenrte, se a vítima estava dando conselho à ex dele. Um motivo fútil para uma pessoa cometer esse assassinato de forma tão brutal”, explicou o delegado.
O que aconteceu no quarto, realmente, por não haver câmeras de segurança, apenas o suspeito, que escolheu permanecer calado, poderia descrever. O delegado acredita que a ação tenha durado cerca de 20 minutos. “Ela, que era praticante de atividade física, teria entrado em luta corporal com o agressor antes de morrer. “A investigação acredita que ela se defendeu. Uma mulher muito forte, ela praticava atividade física, musculação, e estava com cortes nas mãos. Acredito que ele, ao golpeá-la, ela foi tentar se defender e acabou sendo golpeada na mão”, falou.
Laudo psiquiátrico
O advogado de João Batista Carvalho Neto, André Dantas, afirmou que o suspeito estaria afastado do trabalho devido a laudos psiquiátricos de “incapacidade mental”. “Isso não é uma arguição, um álibe de defesa (o afastamento), existe comprovadamente atestados que demonstram sua incapacidade mental, e que será apresentado no momento adequado”, afirmou o advogado.
O delegado, no entanto, esclareceu que ainda que não teve acesso ao documento.
Ameaçado pelo “demônio”
Para o delegado, o depoimento do suspeito para a imprensa na manhã de hoje, quando afirmou ter sido ameaçado pelo “demônio”, não passa de estratégia da defesa. “Isso para mim é irrelevante. Deve se tratar de alguma tese da defesa”, disse.
Por Ponta Negra News