O ditador russo, Vladimir Putin, não viajará para a cúpula do G20 no Rio de Janeiro, em novembro. Putin anunciou isto numa conferência de imprensa em Moscou que foi transmitida pela Internet. “Tenho relações excelentes e amigáveis com o presidente Lula. Devo ir lá especificamente para perturbar o trabalho deste fórum?”, disse o chefe do Kremlin.
Apesar da amizade com Lula, Putin sabe que existe um mandado de detenção emitido pelo Tribunal Penal Internacional contra ele. O TPI emitiu um mandado de prisão contra Putin em 2023 por crimes de guerra na Ucrânia, especialmente o rapto de crianças ucranianas. “Minha possível visita prejudicaria o trabalho do G20. Vamos descobrir quem apresentará a Rússia”, afirmou.
Apesar da decisão, Putin manteve a posição oficial do Kremlin e afirmou que não reconhece o Tribunal Penal Internacional. Ele também disse que a Rússia devido às boas relações com o Brasil um acordo poderia ser assinado para “contornar o veredito”, já que “tais vereditos são fáceis de ignorar”.
O responsável pela guerra de invasão da Ucrânia falou ainda sobre a proposta conjunta da China e do Brasil para acabar com a guerra, apresentada em maio: disse que era “equilibrada” e forneceria uma boa base para encontrar uma solução.
As declarações do ditador russo foram dadas durante uma sessão de perguntas e respostas com repórteres das principais organizações de mídia dos países do Brics.
Putin salientou, porém, que um momento mais apropriado será encontrado para a Rússia na reunião dos 20 principais países industrializados e emergentes, referindo-se à cimeira do grupo Brics com Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul (Brics) e outros Estados, que acontecerá na cidade russa de Kazan, na próxima semana, tendo por destaque o tema da política externa.
O Antagonista