O vereador Artur Maynard (PSDB) rebateu as acusações que ligam os paredões de som no Carnaval de Caicó ao aumento de prostituição e atividades ilícitas. A declaração foi dada após audiência pública realizada em seu mandato para discutir os pontos de paredões permitidos durante a festa. No debate, que contou com a presença de autoridades, órgãos de segurança pública, empresários e foliões, o vereador criticou a tentativa de associar os paredões a problemas sociais e questionou o posicionamento do secretário de Turismo, George Victor, sobre o tema.
“Sobre mencionar que o paredão aumentou a prostituição e outras coisas ilícitas, se eles têm esse relatório, precisamos discutir as fiscalizações. Temos que ter mais agentes, prevenções e trabalhos educativos”, afirmou Artur.
O vereador também destacou o investimento do Governo do Estado em segurança pública para o Carnaval deste ano, mencionando que foram disponibilizadas 3 mil diárias extras para agentes em Caicó. “Temos um dos carnavais mais seguros do Rio Grande do Norte e do Nordeste. Se há relatórios apontando problemas, cabe às autoridades fiscalizar e combater, e nós vamos estar aqui para isso”, completou.
A audiência pública foi marcada por divergências entre os setores envolvidos. Enquanto a rede de proteção sugeriu reduzir os pontos de paredões de seis para três, o vereador e outros membros da Câmara defenderam a manutenção dos seis pontos tradicionais.
Artur lamentou a ausência do secretário de Turismo no debate e criticou sua postura diante do impasse. “A audiência foi pública, divulgada em redes sociais e aberta a todos. O secretário alegou que não foi oficializado diretamente, mas recebeu o link e não participou. Isso me entristece, porque o Carnaval precisa de decisões claras e rápidas”, disse.
O vereador acusou o secretário de adiar decisões importantes e transferir responsabilidades para outras entidades. “Ele foi levando com a barriga, jogando o problema para o Ministério Público, para a segurança pública e para a rede de proteção. Mas a audiência deixou claro que a decisão é do município”, afirmou.
Artur destacou ainda que, se houver redução nos pontos de paredão e isso gerar aglomerações ou outros problemas, a responsabilidade será do secretário de Turismo. “Ele precisa assumir as consequências das decisões. Não dá para fugir dessa responsabilidade”, declarou.
Outro ponto polêmico levantado foi o suposto relatório da segurança pública recomendando a diminuição dos pontos de paredão. Artur questionou a existência do documento e criticou os argumentos usados. “Fomos a alguns órgãos de segurança e muitos nem sabiam desse relatório. O paredão é um equipamento sonoro, como os trios elétricos e camarotes. Se há problemas nos locais onde eles estão instalados, o caminho não é eliminar os paredões, mas fiscalizar melhor e coibir o que está errado”, afirmou.
Com o Carnaval se aproximando e faltando menos de dez dias para o início da festa, o vereador cobrou pressa na definição sobre o número de pontos de paredão. “A população precisa saber se serão três ou seis pontos. Os donos de paredões também precisam se programar. Essa indefinição prejudica todo mundo”, disse. Artur informou que uma comissão será criada para dialogar diretamente com o secretário de Turismo e tentar resolver o impasse. “Queremos uma decisão clara, para que o Carnaval de Caicó ocorra sem maiores problemas”, concluiu.
A polêmica sobre os paredões segue sem solução definitiva. O vereador reforçou que continuará pressionando o Executivo Municipal para garantir que o debate seja resolvido antes do início do Carnaval.
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