Pesquisadores confirmaram que amostra coletada em Sorocaba, no interior de São Paulo, há uma semana, é da variante do SARS-CoV-2 encontrada pela primeira vez na África do Sul, em dezembro do ano passado. A notícia foi publicada ontem (6) pelo Jornal da Universidade de São Paulo (USP).
A principal preocupação de médicos e especialistas é que essa mutação tem mais chance de transmitir e de escapar das respostas imunes de vacinas ou de infecção anterior.
Segundo o estudo, a mulher de 34 anos que apresentou a mutação não teve histórico de viagem ao país africano e nem teve contato com pessoas que estiveram no exterior.
O pesquisador Rafael dos Santos Bezerra, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, um dos autores do trabalho, disse que não ser possível saber como a variante chegou ao Brasil. “A hipótese mais segura nesse instante é que seja uma cepa importada, pois Sorocaba é uma área de indústrias com alto fluxo de pessoas, porém apenas com mais estudos isolados poderemos confirmar um possível evento de convergência”, afirmou.
A descoberta foi feita por pesquisadores de amostras genômicas do vírus no Estado de São Paulo. O Instituto Butantan coordena o estudo, que tem participação da USP e de outras instituições.
No, foram sequenciados 217 genomas do vírus, a partir de uma coleta de amostras em diversas cidades de São Paulo. Dos genomas analisados, 64.05% eram da variante amazônica; 25,34% da linhagem que mais circulava no Brasil antes do surgimento da mutação de Manaus; 5.99% da cepa do Reino Unido e um caso da sul-africana.
Por R7