O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, convidou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para visitar o país do leste europeu e discutir propostas para pôr fim à guerra na Ucrânia.
Conhecido como “o último ditador da Europa”, Lukashenko controla o país com mão de ferro desde 1994, prendendo e torturando opositores. Ele também é acusado de ter fraudado várias eleições e um referendo para mudar a constituição.
O convite de Lukashenko foi transmitido pelo seu ministro das Relações Exteriores, Sergei Aleinik, ao chanceler brasileiro Mauro Vieira, durante reunião bilateral na sexta-feira em Nova York, às margens da Assembleia Geral da ONU.
Uma nota do Ministério das Relações Exteriores de Belarus afirma que os dois chanceleres concordaram com a necessidade de se encontrar uma solução diplomática entre Rússia e Ucrânia.
A CNN apurou que Belarus considera que o Brasil pode ter, sim, um papel muito importante em tais negociações.
O presidente Lula tem proposto a criação de um grupo de países sem relação direta com a guerra para mediar e propor soluções para o conflito.
Lula fez menção ao chamado “grupo da paz” durante reunião bilateral nesta semana com o próprio presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também em Nova York.
O critério proposto por Lula para a formação do grupo, no entanto, excluiria Belarus, já que o país foi usado como plataforma para a invasão da Ucrânia pelas tropas russas, em fevereiro de 2022.
Em junho deste ano, a Rússia enviou armas nucleares para o país e Lukashenko chegou a dizer que as usaria caso fosse atacado por forças ucranianas. As armas nucleares estacionadas em território de Belarus, no entanto, permanecem sob controle dos militares russos.
Além de tudo isso, o regime de Minsk foi um dos poucos a votar contra as resoluções da ONU que condenaram a invasão da Ucrânia –ao lado de outras ditaduras como Síria, Nicarágua e Coreia do Norte, e da própria Rússia.
Na semana passada, Lukashenko se reuniu com o presidente russo, Vladimir Putin, e propôs a criação de uma aliança estratégica dos dois países com a Coreia do Norte.
Por CNN Brasil