O Rio Grande do Norte é o estado do País mais afetado por cortes em geração de energia elétrica em 2024, de acordo com um levantamento feito pela consultoria ePowerBay. Os dados apontam que, de janeiro a julho, as interrupções de geração nas usinas localizadas no RN somaram 2,52 milhões de maegawatts-hora (MWh), o equivalente a 53% da energia frustrada em todo o País (4,75 milhões de Mwh) no período. O RN possui atualmente 300 parques eólicos (9,9 GW) e 35 solares (1,2 GW), que juntos contabilizam 11,1 GW em operação. No Brasil, entre agosto de 2023 e julho deste ano, os cortes já provocaram perdas de R$ 600 milhões para o setor eólico.
As informações são da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) com base no Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e que estima que os prejuízos ultrapassarão os R$ 700 milhões até o final de 2024. Francisco Silva, diretor de regulatório da ABEEólica, comenta que os cortes provocam perdas financeiras para os geradores, com efeitos diretos dos custos de energia para o consumidor. “As empresas não controlam quando vai ocorrer uma restrição, então, o que elas fazem é colocar um determinado valor de perda, com precificação para médio e longo prazo”, afirma Silva.
“Esse valor é colocado nos contratos dos empreendimentos, que vão resultar em aumento para o consumidor”, completa. O diretor de regulatório da ABEEólica diz que não é possível calcular plenamente as perdas, o que torna os aumentos com os custos “perigosos”, conforme avalia. “Cada gerador tem um determinado nível de risco a ser suportado, então, ele vai fazer uma conta para chegar a um valor que lhe garanta proteção”, explica Francisco Silva.
Reportagem completa na Tribuna do Norte