O governo do Reino Unido promulgou uma nova definição de “extremismo”, o que tem gerado preocupações entre os cristãos sobre possíveis impactos na liberdade religiosa e de expressão. Segundo a nova definição, o extremismo consiste na promoção ou avanço de ideologias baseadas em violência, ódio ou intolerância, com o objetivo de negar ou destruir direitos fundamentais de terceiros, minar o sistema democrático parlamentar ou criar um ambiente propício para tais ações.
A medida foi justificada pelo governo como resposta ao aumento da ameaça extremista após os ataques terroristas ocorridos em 7 de outubro em Israel. Entretanto, grupos cristãos, como a Christian Concern, expressaram preocupações de que a nova definição possa rotular como extremistas aqueles que se opõem a certos “direitos fundamentais”.
A Christian Concern alertou que cristãos que se posicionam contra o aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a ideologia de gênero podem ser considerados como opositores desses “direitos fundamentais”, sendo possivelmente classificados como “intolerantes” que negam tais direitos e liberdades.
A organização também destacou casos anteriores em que cristãos foram denunciados ao Programa Anti-terrorismo do Reino Unido (Prevent) por expressarem suas crenças religiosas. Um capelão escolar foi denunciado após pregar um sermão enfatizando a liberdade de discordar da ideologia LGBT, enquanto uma professora cristã foi reportada por dizer “Deus te ama” a uma aluna lésbica.
Andrea Williams, diretora executiva da Christian Concern, criticou a nova definição de extremismo, argumentando que é “absurdo” rotular cristãos como extremistas por acreditarem no casamento tradicional ou serem pró-vida. A organização instou o governo a esclarecer quais direitos são considerados fundamentais dentro dessa nova definição e destacou a necessidade de garantir que expressões legítimas de crenças religiosas não sejam mal interpretadas como extremismo.
Diante desses apelos, a Christian Concern ressaltou a importância de distinguir entre liberdade religiosa e extremismos violentos, a fim de proteger os direitos e garantias fundamentais dos cidadãos do Reino Unido.