Motivação para a queda de dois ministros da Saúde, o protocolo do governo federal que indica o uso de cloroquina no tratamento de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, será reavaliado pela pasta. A recomendação explícita pode dar lugar a uma versão amenizada, apenas ressaltando o direito dos médicos de apelar ao “off-label”, uso fora da bula, quando acharem necessário, mas retirando a citação nominal do medicamento.
A “liberdade” do médico para decidir o tratamento, conforme o governo tem abordado o assunto, ganhou força como meio de rebater as críticas direcionadas ao uso de remédios sem eficácia, o que foi estimulado desde o início da pandemia.
Editada há quase um ano, em maio de 2020, pelo ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello, a recomendação não é chancelada pela comunidade médico-científica. O uso do fármaco não tem efeito comprovado.
Polêmico, o protocolo causou embates entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), entusiasta da ideia, e os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich – ambos médicos.
Agora, com a pasta sob a tutela do cardiologista Marcelo Queiroga, que garante ter tido o aval do presidente para tomar suas decisões, a norma será revisitada.
Por Metrópoles