O PT do Rio aprovou na noite de hoje o rompimento da aliança com o PSB de Marcelo Freixo e Alessandro Molon. A decisão deve-se à manutenção, por parte do PSB, da candidatura de Molon ao Senado, enquanto os petistas exigem apoio à candidatura de André Ceciliano, presidente da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj), como contrapartida ao apoio do PT a Freixo na eleição para governador.
No mês passado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a dar protagonismo a Freixo em comício na Cinelândia, no centro do Rio.
“Estamos rompendo com a candidatura de Marcelo Freixo e vamos discutir com a Executiva Nacional os próximos passos no Rio de Janeiro. A postura divisionista de Molon, endossada pelo presidente [do PSB] Carlos Siqueira, levou a isso”, afirmou o presidente do PT no Rio, João Maurício de Freitas, que está em São Paulo para conversar com a cúpula nacional do partido.
Freitas ressalta a postura de Freixo pró-aliança nos últimos meses, mas alega que o deputado não conseguiu sustentar dentro de seu partido os termos da parceria.
Freixo minimizou o movimento: “Trabalho pela unidade o tempo todo e não tenho a menor dúvida de que vamos caminhar com Lula, em unidade, para ganhar a eleição no Rio e no Brasil”, disse.
Com a decisão tomada numa reunião convocada às pressas no final da tarde, o PT-RJ também suspendeu a convenção que havia sido marcada para amanhã, às 18h. Ainda não há nova data, mas acaba nesta sexta-feira (5) o prazo para a realização das convenções.
Em nota, o diretório fluminense do PT mencionou a “campanha sórdida” que parte da esquerda fez nas redes sociais contra Ceciliano. E criticou a postura da direção do PSB de ter mantido a candidatura de Molon mesmo após o ato da Cinelândia e declarações de integrantes do PSB, como Freixo, Flávio Dino, Márcio França e Danilo Cabral, “em defesa da unidade e cobrando o cumprimento do acordo.”
Sem apoiar Freixo, a tendência é que o partido feche acordo com Rodrigo Neves (PDT), cuja candidatura ganhou força com a adesão do grupo do prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD), no mês passado. O vice do ex-prefeito de Niterói, que está atrás de Freixo e de Cláudio Castro (PL) nas pesquisas, será o advogado Felipe Santa Cruz, do partido de Paes.
Ainda não está claro como a direção nacional do PT e o ex-presidente Lula, principal fiador da candidatura de Freixo nos últimos meses, vão se comportar diante da decisão estadual.
Por Valor Econômico