O PSDB aprovou nesta quinta-feira (6) a fusão com o Podemos. A decisão foi tomada por ampla maioria — 201 votos a favor, dois contrários e duas abstenções — durante convenção nacional com a participação de integrantes do Diretório Nacional, senadores, deputados e representantes estaduais.
A união ocorre em meio ao enfraquecimento do PSDB, que já ocupou a Presidência da República com Fernando Henrique Cardoso e polarizou a política nacional com o PT por duas décadas, mas que atualmente conta com apenas 13 deputados federais e três senadores. O partido perdeu recentemente nomes importantes, como os governadores Eduardo Leite (RS) e Raquel Lyra (PE), que migraram para o PSD.
A fusão ainda precisa ser aprovada pelo Podemos e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A tendência é que o Podemos não imponha obstáculos ao processo. Diferente de uma federação, a fusão é permanente e visa evitar que os partidos sejam afetados pela cláusula de barreira, que restringe acesso ao fundo partidário e ao tempo de propaganda.
Caso aprovada, a nova sigla terá um fundo partidário estimado em R$ 90 milhões em 2025, a quinta maior verba entre os partidos, com uma bancada de 28 deputados federais (sétima maior da Câmara) e sete senadores (empatada com PP e União Brasil). No entanto, contará com apenas um governador, Eduardo Riedel (MS), que sinalizou intenção de deixar o PSDB.
Dirigentes tucanos afirmam que pretendem manter o nome e o programa do partido mesmo após a fusão. Também há planos para formar uma federação com outras siglas, como Solidariedade, MDB e Republicanos. As negociações envolvem líderes nacionais, como o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o ex-presidente Michel Temer.
Antes de fechar com o Podemos, o PSDB negociou com o PSD e o MDB. A tentativa fracassou após o PSD sinalizar desejo de incorporar o PSDB, o que faria a legenda tucana desaparecer.