Poucos meses após anunciar a aposentadoria do futebol para atuar no mercado financeiro, o ex-goleiro Bruno Fernandes culpou a mídia por não conseguir conquistar espaço no esporte. A informação é do Extra.
Em regime semiaberto desde julho de 2019, após cumprir parte da pena de 22 anos e três meses pelo assassinato da modelo Eliza Samúdio, Bruno tentou voltar aos gramados. Porém, sem sucesso.
“Na verdade, eu tenho lenha para queimar ainda, teria condições para continuar jogando, meu preparo físico é bom. Eu tinha a intenção, depois de ter enfrentado a situação que todo mundo já conhece, de dar a volta por cima, de mostrar que todo ser humano é capaz de recomeçar, o ser humano é maior que seu próprio erro. Eu tinha, sim, a vontade de continuar no futebol, até porque é um sonho de criança, que foi realizado. E infelizmente não consegui. Deixei isso em terceiro ou quarto plano por causa da pressão midiática. Onde eu saio, aonde eu vou, eu arrasto multidões. Sou abraçado, acolhido, principalmente no Rio de Janeiro. Então, o que mais pegam no meu pé é a questão midiática”, pontua, Bruno, que após a prisão, passou por clubes de menor expressão no Brasil, como Boa Esporte, Poços de Caldas, ambos de Minas, Rio Branco-AC e Esporte Clube Atlético Carioca.
Ao ser perguntado sobre a aposentadoria, Bruno colocou a culpa, principalmente, na mídia. “O futebol mudou muito. Hoje eles olham para essa questão de imagem, o jogador bad boy não é enxergado como era antigamente, o futebol mudou muita coisa nesse sentido. Então a mídia meio que colocou sobre o Bruno uma prisão perpétua, como se ele não pudesse recomeçar. Sendo que a nossa legislação fala que a gente tem que ser ressocializado, com trabalho, para ser o provedor da casa. No meu caso não. Infelizmente enterraram meu sonho, meus objetivos, minha profissão”, acusou.
O ex-goleiro do Flamengo diz que até recebeu propostas para voltar a atuar, mas preferiu seguir na carreira de trader. “Depois que anunciei minha suposta aposentadoria, uma pessoa me procurou e falou de um projeto bacana. Eu disse que eu não queria mais saber do futebol, porque iria atrapalhar meus estudos. Surgiram outras propostas, até de um clube de Alagoas, outro de Fortaleza e Londrina para disputar a série B. Eu optei em não mais seguir na carreira”, garante.
Perguntado sobre um jogo de despedida, ele falou sobre seu desejo em relação à história que construiu enquanto usava luvas. “Precisava nem ser um jogo de despedida. Eu fico muito triste quando chega o dia do goleiro e não postam uma foto do Bruno. Eu vejo torcedor cobrando isso. É isso que me deixa chateado. Independente do que tenha acontecido com a minha vida pessoal, a Justiça me condenou, não existe prisão perpétua no Brasil, eu cumpriu, estou tentando me reerguer, e eles postam foto de todos os goleiros, menos a do Bruno. mas o que me motiva é o torcedor do Flamengo lembrar de mim. Por mais que a imprensa tente não vai apagar minha história no Flamengo. Vão apagar o título de 2009? Na Europa, os clubes protegem seus ídolos. se eu ainda sou visto como ídolo do Flamengo, pelo torcedor, por que não colocar uma foto minha só no dia do goleiro? ”
Mesmo tanto tempo depois do crime bárbaro, Bruno ainda não conheceu Bruninho. Enquanto esteve preso, o ex-goleiro até chegou a pedir um exame de DNA, que foi prontamente negado pela justiça brasileira. Ele jamais cumpriu com as obrigações legais, como pensão alimentícia, para ajudar na criação do garoto.
Por Metrópoles