Uma vida de luxo, com carros e motos caros. Era assim que o influenciador e ex-motoboy Itallo Bruno, 24, mostrava sua rotina de milionário. O jovem se tornou um dos maiores nomes do Piauí na venda de rifas on-line, mas acabou preso por suspeita de lavagem de dinheiro para facções. A defesa de Bruno nega envolvimento com organizações criminosas.
Bruno foi preso em casa na quinta-feira (11), durante a operação Jogo Sujo, da Polícia Civil. Os investigadores apuram a relação da exploração de jogos de azar com lavagem de dinheiro para facções criminosas. A investigação também tem participação da Polícia Federal. A mãe, a irmã e a ex-namorada também foram detidas, além do pai do influenciador e seis amigos.
Os delegados da DRCI (Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática) Humberto Mácula e Alisson Macedo disseram que a delegacia recebeu inúmeras denúncias sobre a venda das rifas de casas, carros e motos de luxo. Cada bilhete, ou cota para participação, não passava de R$ 1,00.
De junho a dezembro do ano passado, a prática criminosa movimentou cerca de R$ 5 milhões de forma ilegal, segundo dados obtidos pela polícia. A DRCI apreendeu carros de luxo, como um Porsche Boxster avaliado em quase R$ 600 mil e outras 13 motos, sendo uma da marca BMW.
Para a polícia não restam dúvidas de que o suspeito usava a própria estratégia também para lavar dinheiro, evitar declarar e pagar impostos e esconder os verdadeiros patrimônios espalhados por todo o estado.
“Ele não reagiu ao cumprimento da prisão, já sabia exatamente o porquê de estarmos ali”, disse o delegado Alisson Landim.
Bruno saiu de uma casa simples na comunidade do Itararé. O jovem ficou conhecido nas redes sociais pela sua paixão por motos e manobras arriscadas sem capacete, desde 2017. Assim, ele atraiu milhares de seguidores amantes do “grau” —uma forma de empinar motocicletas. O primeiro vídeo passou de 40 mil visualizações e 3 mil curtidas. Aos poucos ele foi crescendo, com publicações que passaram de 2 milhões de visualizações e milhares de comentários.
Passou a morar há cerca de dois anos em uma residência avaliada em R$ 1 milhão dentro de um condomínio de luxo, na zona sudoeste da capital piauiense. A compra do imóvel teria sido feita com dinheiro em espécie, no valor de R$ 400 mil. Depois foram feitos outros dois pagamentos de R$ 300 mil por transferência bancária.
Por UOL