A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou neste sábado (23) a varíola dos macacos como emergência de saúde global.
Mais de 16 mil casos já foram relatados em 75 países, informou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, segundo a BBC. No Brasil, o Ministério da Saúde contabilizou, até o último dia 21, 592 casos confirmados da doença.
“Decidi declarar uma emergência de saúde pública de alcance internacional”, disse Tedros em entrevista coletiva, afirmando que o risco no mundo é relativamente moderado, exceto na Europa, onde ele é alto.
Tedros informou ainda que, com as ferramentas disponíveis, será possível controlar o surto e parar a transmissão.
Apesar da falta de consenso entre os membros do comitê de emergência da OMS, Tedros tomou a decisão de emitir a declaração – foi a primeira vez que o chefe da agência de saúde da ONU deu tal passo.
A decisão deste sábado pode levar a um maior investimento no tratamento da doença e avançar na luta por vacinas, que estão em falta.
Segundo o diretor-geral da OMS, somente metade dos países com casos registrados de varíola dos macacos tem acesso garantido às vacinas.
Já o diretor de emergências da OMS, Mike Ryan, diz que ser vacinado não dá proteção instantânea contra a doença.
Fatores levados em conta
Tedros afirmou que foi obrigado a considerar cinco fatores para tomar a decisão, levando em conta o Regulamento Sanitário Internacional.
- as informações fornecidas pelos países – neste caso, o vírus se espalhou mais rapidamente que o previsto em alguns deles;
- os três critérios para declarar uma emergência de saúde pública de interesse internacional, que foram atendidos;
- o parecer do Comitê de Emergência, que não chegou a um consenso;
- princípios científicos, evidências e outras informações relevantes – que atualmente são insuficientes e deixam muitas incógnitas;
- o risco para a saúde humana, disseminação internacional e o potencial de interferência no tráfego internacional