O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, renovou as acusações contra a Rússia durante o discurso Assembleia-Geral da ONU, nesta quarta-feira (21/9). O lider norte-americano dedicou a primeira parte do pronunciamento para falar sobre as ameaças nucleares feitas pelo presidente russo, Vladmir Putin.
Durante o discurso, Biden chamou o confronto no leste europeu deu uma “guerra brutal e desnecessária, feita por um homem só”. Ele também disse que Moscou está fazendo ameaças “irresponsáveis” sobre o uso de armas nucleares.
“Uma guerra nuclear não pode ser ganha, e não deve nunca ser travada. Hoje, estamos vendo violações perturbadoras a essa diretriz estabelecida pela ONU. Eles estão fazendo ameaças inaceitáveis […]. Nós não vamos permitir”, frisou.
O presidente dos EUA acusou a Rússia de desrespeitar os princípios da Carta das Nações Unidas, documento fundador da entidade. Apesar de não pedir a exclusão do país do Conselho de Segurança — colegiado mais poderoso da organização —, ele afirmou que o país desrespeita um dos tópicos fundamentais da carta, ao ameaçar e usar a força contra a integridade territorial ou soberania nacional de outra nação.
“O mundo deveria ver esses atos ultrajantes pelo que eles são. Putin disse que tinha que agir porque a Rússia estava ameaçada, mas ninguém estava ameaçando o país. Hoje, vemos ataques a escolas, estações, hospitais, centros de cultura ucranianos, em manifestações horríveis das atrocidades cometidas pela Rússia”, adicionou.
A declaração de Biden é uma resposta ao pronunciamento do líder russo, na manhã desta quarta-feira (21/9), em que ele decretou a primeira mobilização do país desde a Segunda Guerra Mundial. A intenção do Kremlin é convocar 300 mil cidadãos – que já tiveram alguma experiência militar – para a guerra contra a Ucrânia.
“Hoje, Putin fez ameaças nucleares à Europa. A Rússia está chamando mais soldados para entrar na guerra e o Kremlin está organizando um referendo falso para anexar parte da ucrânia, uma violação sem limites dos princípios da ONU”, frisou.
A medida ocorre um dia após quatro regiões controladas por Moscou no leste e no sul da Ucrânia anunciarem que farão referendos para fazer parte da Rússia. As duas regiões separatistas do Donbas, Donetsk e Luhansk, juntamente com Kherson e Zaporizhzia, pretendem conduzir as votações ainda nesta semana, em um ato que busca impedir as investidas ucranianas para retomar essas áreas.
Por Metrópoles