O mês de junho foi o mais seco em Natal em 43 anos. A informação foi confirmada pelo meteorologista Gilmar Bristot, da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), em entrevista à TV Tropical, nesta terça-feira (06).
Segundo o especialista, no sexto mês de 1978, a meteorologia registrou apenas 18 milímetros de chuvas na capital potiguar. Neste ano, foram registrados 56 milímetros. “É histórico esse mês de junho tão seco. A média em Natal é de 320 milímetros. Normalmente, são 25, 26 dias com chuva, esse ano tivemos pouquíssimos dias”, frisou.
A falta de precipitação afeta, entre outras coisas, a recarga de reservatórios utilizados no abastecimento da população em Natal, Região Metropolitana e até no Agreste Potiguar. “Isso afeta a recarga tanto no interior como no litoral. Existe uma dinâmica. A chuva cai em junho e em agosto começa a retirada. Como praticamente não tivemos uma recarga expressiva, isso poderá comprometer algumas lagoas, como a Lagoa do Bonfim, que abastece municípios do Agreste”, explicou.
O cenário de poucas chuvas não foi exclusiva da capital potiguar e dos municípios vizinhos. “Afetou praticamente todo o estado, retirando alguns municípios do Oeste que tiveram chuvas normais ou pouco acima do normal, mas no restante do estado, desde janeiro, nós observamos a chuva abaixo do normal, diferente do que prevíamos para 2021”, relatou.
“A gente previu que teríamos predominância do La Niña no Sul do Pacífico e teríamos chuvas regulares. Acontece que a alta pressão do Atlântico Sul e a temperatura não colaboraram para que tivessemos chuvas, o que comprometeu a agricultura e a recarga dos reservatórios”, completou.
De acordo com a Emparn, o Rio Grande do Norte apresentou mais de 80 municípios em situação de seca fraca e seca moderada, conforme última classificação divulgada pelo Monitor de Seca. Municípios da Borborema Potiguar (como Santa Cruz, Tangará, Jaçanã, São José do Campestre, entre outros) apresentam situação mais crítica de severidade de seca.
