O motorista autônomo Marcos César da Silva Medeiros, de 53 anos de idade, foi uma das vítimas dos ataques criminosos que ocorreram no Rio Grande do Norte no mês de março. Ele foi abordado por criminosos e viu o próprio caminhão ser queimado em Mossoró, na Região Oeste. A imagem dele vendo o veículo pegar fogo, do cinegrafista Isaías Fernandes, comoveu as redes sociais (veja acima).
Naquele mesmo momento, uma vaquinha virtual foi criada para ajudar o motorista a recuperar a principal ferramenta de trabalho. E, quase dois meses depois, neste início do mês de maio, o valor necessário foi atingido para Marcos César comprar um novo caminhão.
“Estou muito feliz. Eu só tenho a agradecer a eles. Se eu pudesse, dava abraço em todo mundo. Quem vai abençoar é Deus, tenho certeza disso. Estou ansioso para voltar a trabalhar. Estão faltando uns ajustes, mas está bem pertinho de eu voltar a trabalhar”, falou.
O caminhoneiro está sem trabalhar há quase dois meses – desde que o caminhão foi queimado. Neste período, recebeu mais de 7,2 mil doações na vaquinha virtual para comprar um novo veículo. Na semana passada, ele usou o dinheiro para comprar um novo veículo.
Marcos César explicou que comprou um novo caminhão, modelo 2010, por R$ 170 mil. Ao todo, a vaquinha deu R$ 196 mil – ele usou R$ 10 mil para quitar dívidas referentes ao caminhão anterior e o restante para sobreviver nesses dois meses sem trabalhar.
O motorista disse que todo o dinheiro foi fruto de doações das pessoas e que não recebeu nada do poder público.
“Não recebi nenhuma ajuda por parte do governo. E, nesses quase dois meses sem trabalhar, quem tem me ajudado é o povo. Sou muito grato a todo mundo que vem me ajudando”, disse.
O caminhoneiro lembra bem o que aconteceu no dia 15 de março, um dia depois do início dos ataques no estado. Ele disse que naquele momento não sabia do que estava se passando no território potiguar.
Quando seguiu a programação da empresa pela qual é contratado, ele foi abordado.
“Quando eu cheguei lá, às 7h40, parou um carro. Os criminosos desceram, eu vi um armado, Eles mandaram eu me afastar. Naquele momento, eu corri. Quando olhei para trás, estava tudo pegando fogo. Peguei o extintor em um posto, mas não deu tempo. O caminhãozinho que eu tinha, acabou”.
“Foram 25 anos de trabalho. Eu nunca esperei ver uma ferramenta de trabalho se acabar na minha frente, em 20 minutos. Vi tudo se acabar na minha frente. Liguei para casa para avisar o que estava acontecendo, parecia um pesadelo. Fiquei triste”, completou.
Por G1-RN