O ato “Justiça Já”, convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo pastor Silas Malafaia, atingiu seu pico de concentração por volta das 15h40 deste domingo (29), na Avenida Paulista, em São Paulo. Segundo estimativa do Monitor do Debate Político do CEBRAP (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) em parceria com a ONG More in Common, cerca de 12,4 mil pessoas participaram da manifestação naquele momento.
A metodologia de contagem foi baseada em tecnologia de inteligência artificial, aplicada a 34 imagens aéreas captadas por drones entre 14h e 15h40. O software utilizado é especializado em análise de multidões e estima o número de pessoas com margem de erro de 1,5 mil — para mais ou para menos. O pico de público ocorreu na altura do Masp, local tradicional para atos políticos na capital paulista.
Diferente de outras manifestações promovidas por Bolsonaro, este protesto teve adesão considerada mais modesta. A convocação do ato teve como foco principal críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), à atuação do ministro Alexandre de Moraes e ao que os organizadores chamam de “perseguição política” contra conservadores e militares.
Nas redes sociais, o ex-presidente e seus aliados promoveram a mobilização ao longo da semana, tentando atrair apoiadores de todo o país. Apesar disso, a presença popular não se comparou a manifestações anteriores do bolsonarismo em datas como 7 de setembro.
A estimativa de público gerou debates online, com apoiadores questionando os números e opositores ressaltando a diferença em relação a protestos passados. A utilização de ferramentas tecnológicas, no entanto, tem sido defendida por especialistas como uma forma mais precisa e neutra de aferição, em contraste com avaliações subjetivas ou motivadas politicamente.
Além de Bolsonaro e Malafaia, participaram do ato parlamentares da base bolsonarista, influenciadores conservadores e líderes religiosos. Faixas e cartazes pediam “liberdade de expressão”, anistia a presos do 8 de Janeiro e criticavam decisões do STF. O evento transcorreu sem registros de confrontos ou incidentes graves, sob forte esquema de segurança da Polícia Militar.
A Avenida Paulista foi parcialmente interditada para a realização do ato e liberada no início da noite.
