José Roberto Guzzo, mais conhecido como J.R. Guzzo, é um jornalista brasileiro, colunista dos jornais O Estado de S. Paulo, Gazeta do Povo e da Revista Oeste. No artigo entitulado “O desespero de Lula para ‘recuperar’ a Petrobras”, publicado no jornal O Estado de S. Paulo em 7 de agosto de 2022, ele explica que as estatais da era petista deixaram um prejuízo de R$ 40 bilhões, realidade alterada pelo Governo Bolsonaro e seu exímio Ministro da Economia, Paulo Guedes: só em 2021 o lucro ficou perto dos R$ 190 bi. Veja a íntegra do texto a seguir:
Uma das ideias fixas que o ex-presidente Lula exibe em sua campanha para a presidência da República, junto com a volta do imposto sindical e a entrega de uma posição de “importância” para o MST no futuro governo petista, é “recuperar” a Petrobras. Na verdade, ele anuncia que vai “recuperar” todas as empresas estatais — que, segundo diz a cada cinco minutos, foram “destruídas” na presente administração. Como assim — “recuperar”? À primeira vista não faz nexo. No seu tempo, Lula e a sua sucessora conseguiram um feito inédito na história mundial da indústria de combustíveis: quase quebraram uma empresa de petróleo e, pior ainda, uma empresa que tem o monopólio do setor no Brasil. Só não quebraram porque você e os demais pagadores de impostos deste país tiraram dinheiro do bolso para pagar os prejuízos e impedir a falência. À segunda vista, porém, é perfeitamente compreensível o projeto de fazer a Petrobras voltar “a ser o que era”.
A Petrobras de hoje dá lucro; em 2021, aliás, teve mais de 100 bilhões de reais de lucro, o maior dos seus quase 70 anos de história. Neste ano de 2022, só no primeiro semestre, já teve um lucro de quase outros 100 bilhões — mais do que o dobro do que foi obtido no mesmo período do ano passado. O desagradável desta história, para quem quer voltar à Petrobras de antigamente, é que os lucros vão para os acionistas — a começar pelo Tesouro Nacional, que é o maior acionista de todos. Qual é a graça disso? Lula, o PT e o “campo progressista” não estão interessados em estatal que dá dinheiro ao erário público. Preferem, e estão dizendo isso em voz alta, a Petrobras que comprava micos de categoria mundial como o monte de ferro velho da refinaria americana de Pasadena. Querem voltar aos tempos da refinaria Abreu e Lima, que deveria ser construída por 2 bilhões de reais, já está custando mais de 20 e até hoje só opera parcialmente. Ou, ainda, estão com saudades de fornecedores como a empresa de sondas que recebia o preço das sondas, não entregava sonda nenhuma e acabou pedindo falência. Essa Petrobras era um desastre para o público pagante, mas uma benção do céu para os amigos da diretoria, os amigos dos amigos e quem mais tirava proveito do prejuízo que ela tinha. É claro que essa gente está desesperada para recuperar o paraíso que perdeu.
As estatais da era petista deixaram um prejuízo de 40 bilhões de reais. Hoje é o contrário: só em 2021 o lucro ficou perto dos 190 bi, uma das razões pelas quais foi possível aumentar os gastos sociais, reduzir impostos e conseguir superavit das contas públicas. A vontade de voltar ao passado é uma questão de aritmética.
Por Revista Oeste