Carlos Alberto Parreira, treinador da Seleção Brasileira durante a campanha campeã da Copa do Mundo de 1994, está há quatro meses em tratamento para linfoma de Hodgkin. A informação foi confirmada pela Confederação Brasileira de Futebol na última sexta-feira (12/1).
“A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vem informar, em nome da família do ex-treinador da Seleção Brasileira Masculina de Futebol, Carlos Alberto Parreira, de 80 anos, que, após o diagnóstico de linfoma de Hodgkin, ele está há quatro meses em tratamento quimioterápico e vem apresentando excelente resposta”, destaca a nota da CBF.
O linfoma é o câncer que afeta os linfócitos, células responsáveis por proteger o corpo de infecções. Há o linfoma de não-Hodgkin e o de Hodgkin. A hematologista Maria Amorelli, do centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, explica que os sintomas iniciais dos dois tipos podem ser muito parecidos com o surgimento de gânglios.
“Eles costumam aparecer na região cervical, axilar e inguinal. E existem os sintomas B, que podem estar presentes nos dois tipos de linfomas que seriam febre, mais baixa que às vezes vem no final do dia, a chamada febre vespertina, coceira pelo corpo também pode ser um sintoma associado, além da perda de peso”, destaca Maria.
A causa da doença é desconhecida, mas estima-se que a exposição ao vírus Epstein-Barr pode afetar o sistema linfático do paciente e desenvolver o câncer, que afeta os glóbulos brancos. Ele se diferencia de outros linfomas pela presença de células cancerosas conhecidas como células de Reed-Sternberg.
Diagnóstico e tratamento do linfoma de Hodgkin
Para o diagnóstico, é necessário descartar doenças com sintomas parecidos e confirmar que não se trata do linfoma de não-Hodgkin. Os exames indicados são a biópsia, quando retira-se uma pequena parte do tecido dos gânglios linfáticos para análise em laboratório, a punção lombar, que coleta um líquido da medula espinhal, e exames de imagem.
Depois da identificação da doença, o câncer é classificado de acordo com o tipo de linfoma (indolente, quando o crescimento é lento ou agressivo, quando é mais acelerado) e o estágio da doença. Os linfomas geralmente são tratados com quimioterapia associada à imunoterapia ou radioterapia.
“O linfoma de hodgkin em geral tem uma maior taxa de cura. Ele é um linfoma que a grande maioria dos casos hoje em dia atinge uma cura, mas existem casos em que a gente tem uma doença mais agressiva ou a gente pega em estágio mais avançado em que a gente não consegue uma cura”, afirma a hematologista.
Por Metrópoles