João Paulo Rodrigues, coordenador do MST, disse que pautas essenciais para o movimento não estão sendo contempladas pela gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo ele, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra pode promover novas “mobilizações” para “melhorar” a vida de seus integrantes, mas não como forma de “retaliação” ao governo.
“O MST está preocupado com a situação do governo sobre os temas gerais, mais especialmente sobre a reforma agrária. O recurso é muito pouco. Reconhecemos o que o governo herdou do [ex-presidente Jair] Bolsonaro [PL], mas um governo de 4 anos não pode levar 1 ano apanhando da máquina. É muito ruim”, afirmou em entrevista ao jornal Correio Braziliense publicada nesta segunda-feira (2).
Segundo ele, podem ocorrer mais “mobilizações”, mas não como forma de retaliação a Lula e sua gestão. “As mobilizações que acontecerem não serão em função desse atropelo do governo. São mobilizações da vida real, que a sociedade faz para obter suas conquistas econômicas, para melhorar a vida do povo. Mas estamos preocupados, sim, com o ritmo do governo. Estamos em outubro e não podemos terminar o ano com um saldo muito baixo para a base dos movimentos no campo”, disse.
Ele pediu que o governo recomponha o orçamento do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para que o movimento possa “avançar mais rápido no número de assentamento e de regularização fundiária” em 2023.