O Google anunciou nesta quinta-feira (24) que adiou os seus planos de interromper o uso de cookies de terceiros em seu navegador Chrome e lançar uma alternativa “mais focada em privacidade”. Os cookies são dados armazenados pelo navegador a pedido dos sites na internet.
São pequenos arquivos enviados pelas páginas da web que ficam armazenados no navegador do seu computador e contam às empresas algumas informações de comportamento. Os cookies de terceiros são um mecanismo que permite rastreamento através de diferentes sites.
As informações de uso coletadas são utilizadas para segmentar anúncios publicitários – é por meio dessa ferramenta que, após pesquisar sobre “carros” na internet, anúncios de montadoras aparecem em diversos sites e apps, por exemplo.
Alguns navegadores web, como o Mozilla Firefox e o Safari, da Apple, já bloqueiam os cookies de terceiros. As companhias responsáveis pelos browsers alegam que isso garante mais privacidade aos usuários.
O Google pretendia interromper o uso desse mecanismo em 2022, mas também planejava lançar uma alternativa – isso porque o principal negócio da companhia é vender publicidade on-line segmentada.
Os anúncios na web geraram US$ 46,2 bilhões para a empresa no 4º trimestre de 2020, o que representou 82% de seu faturamento no período.
A nova tecnologia que substituiria os cookies, chamada de Privacy Sandbox, está em desenvolvimento e é alvo de críticas de especialistas em privacidade e de pequenas empresas concorrentes no mercado de publicidade digital.
Pressão regulatória
No início de junho, o Google prometeu ao regulador de concorrência do Reino Unido trabalhar em conjunto com as autoridades para sanar questões relacionadas com a privacidade dos usuários e a concorrência do mercado.
A empresa também é alvo de 3 processos nos Estados Unidos relacionados com sua posição dominante nesse mercado. Em uma dessas ações, as autoridades dizem que a empresa teria mantido sua posição no mercado de buscas online ao abusar de seu poder em outras áreas como o de assistentes de voz, carros conectados e publicidade digital.
O Google nega as acusações e diz que “as pessoas usam o Google porque querem – não porque são forçadas ou porque não conseguem encontrar alternativas”.
Por G1