O deputado federal General Girão, do PL-RN, comentou nesta sexta-feira (16), no Jornal 96, a fuga ocorrida na penitenciária federal de Mossoró. Girão deixou no ar a responsabilização do ex-ministro da Justiça, Flávio Dino, na situação, visto que a direção do presídio foi colocada lá por ele, logo após a polêmica visita no Complexo da Maré.
Para quem não lembra, no início de 2023, o então ministro da Justiça visitou, sem escolta aparente, a área do Rio de Janeiro comandada pelo grupo criminoso Comando Vermelho. A facção é o mesmo do qual pertence os dois presos que fugiram da penitenciária federal nesta semana e é liderado pelo traficante Fernandinho Beira-Mar, que também cumpre pena no presídio mossoroense.
Após a fuga, a atual administração do Ministério da Justiça, agora sob domínio de Ricardo Lewandowski, afastou a direção da penitenciária. O secretário de Ação Penal do Ministério, André Garcia, afirmou que “muito provavelmente” os protocolos de segurança não foram seguidos e isso ocasionou a fuga.
“Duas semanas depois da visita de Dino ao Complexo da Maré, a direção do presídio federal foi mudada”, afirmou Girão.
Em sabatina no Senado, já em dezembro de 2023, indicado de Lula para o STF disse ter ingressado no complexo protegido pela PF, PRF e Polícia Militar. O ministro da Justiça, Flávio Dino, negou ter entrado no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, sem a proteção de seguranças. Nas imagens divulgadas na época, no entanto, esses policiais não aparecem.
Além disso, durante a gestão Flávio Dino, houve a polêmica visita da mulher conhecida como a “dama do tráfico” e nome de confiança do Comando Vermelho na região Norte do país, Luciane Barbosa Farias. Ela não se reuniu com Dino, mas sim com assessores do Ministério da Justiça. Teria cobrado, na visita, tratamento mais “humanizado” aos presos do País.
FUGA INÉDITA
Os dois presos que fugiram da penitenciária federal de Mossoró escaparam pela luminária da cela e tiveram acesso a ferramentas usadas na reforma pela qual a unidade passa. Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento fugiram da prisão de segurança máxima na madrugada de quarta (14).
É a primeira vez que um presídio federal registra uma fuga. Cerca de 300 agentes atuam na captura de Rogério e Deibson. Além da unidade no Nordeste, o país tem quatro outros presídios federais — Brasília (DF), Porto Velho (RO), Campo Grande (MS) e Catanduvas (PR).
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