Por vários anos, os humanos sonham em viver no espaço e, graças ao lançamento de uma estação espacial, as pessoas começaram a entendê-lo. Ela é o lar dos humanos no espaço, desde o começo dos anos 2000, e assim como qualquer moradia, estar limpa é algo importante para a saúde de quem vive nela. Contudo, a Estação Espacial está tão limpa que astronautas estão ficando doentes.
Esse fato pode parecer uma coisa estranha, mas não ter uma diversidade microbiana, também, pode se tornar um problema. Tanto que, vários casos de erupções cutâneas persistentes, alergias incomuns e várias infecções, incluindo fungos, herpes labial e herpes zoster estão acontecendo na ISS e o motivo de tudo isso parece estar na limpeza.
De acordo com um estudo feito pelos pesquisadores da Universidade da Califórnia, em San Diego, a Estação Espacial passa por um desequilíbrio microbiano, já que as bactérias chegam ao espaço com os astronautas, mas o solo, a água e o ambiente de lá são estéreis.
“Há uma grande diferença entre a exposição ao solo saudável da jardinagem e cozinhar em nossa própria sujeira, que é mais ou menos o que acontece se estivermos em um ambiente estritamente fechado, sem nenhuma entrada contínua dessas fontes saudáveis de micróbios de fora”, disse Rob Knight, diretor do Centro de Inovação do Microbioma da Universidade da Califórnia, em San Diego.
Estação Espacial limpa e astronautas doentes
O estudo foi feito com ajuda dos astronautas que coletaram amostras da superfície da ISS, o resultado mostrou que, praticamente, todas as bactérias encontradas chegaram até lá com os humanos.
“Seu sistema imunológico precisa de exposição a uma ampla gama de micróbios benéficos de lugares como solo, animais saudáveis e plantas saudáveis. Entender se há uma maneira de engarrafar esses micróbios saudáveis, ou fornecê-los em um ecossistema no espaço que os astronautas podem manter, é um tópico de pesquisa muito interessante no momento”, pontuou Knight.
Outro ponto, além da Estação Espacial estar tão limpa que astronautas estão ficando doentes, é o modo de vida na ISS que, também, ajuda para essa situação.
“Provavelmente precisamos trazer um pouco mais do exterior para dentro. Mas temos que fazer isso com segurança para que não tenhamos supercrescimento de fungos ou qualquer coisa patogênica”, concluiu Kathleen Rubins, astronauta e microbiologista.
Por Olhar Digital