Em entrevista ao programa 12 em Ponto, da 98 FM Natal, nesta sexta-feira (11), o senador Rogério Marinho (PL) comentou o impacto da tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros e avaliou as reações do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), após a medida americana.
Sobre Eduardo Bolsonaro, que comemorou publicamente o tarifaço nas redes sociais e prometeu novas medidas, o senador reconheceu o tom adotado pelo deputado, mas atenuou a questão ao destacar que a o posicionamento diz respeito apenas ao parlamentar, e não ao bolsonarismo.
“De fato, ele comemorou. Mas é uma questão do Eduardo, que está lá esse tempo todo. Veja que coisa engraçada: um deputado licenciado tem mais força que a chancelaria brasileira inteira”, afirmou
Para ele, Eduardo tem atuado para que as sanções recaiam sobre indivíduos e não sobre o país como um todo. “Ele está lá, claramente, buscando sancionar indivíduos. Indivíduos que ultrapassaram a legislação, a Constituição”, reforçou.
Ao ser questionado sobre o posicionamento de Bolsonaro, que fez um agradecimento ao ex-presidente Donald Trump após a sobretaxa, Marinho fez uma distinção entre a menção pessoal recebida pelo ex-presidente e o efeito direto da medida. “Bolsonaro agradeceu a menção que foi feita a ele, a solidariedade do Trump. Não agradeceu as sanções”, respondeu o senador.
Apesar da defesa pontual, Rogério Marinho também cobrou responsabilidade do atual governo para lidar com a crise. criticando a eficácia do discurso de enfrentamento adotado por Lula. Ele disse que o atual representante do país precisa buscar o diálogo ao invés do confronto.
“Tem-se responsabilidade do Presidente da República. Já que aconteceu, é um fato consumado. Eu acredito que o Presidente [Lula] tem que se despir dessa pose bravateira dele e negociar com os Estados Unidos para que nós não sejamos impactados por isso”, disse.
A fala de Marinho ocorre em meio à repercussão negativa da medida anunciada por Trump, que deve atingir diretamente setores estratégicos da economia brasileira, como o agronegócio e a indústria extrativa. No Rio Grande do Norte, segmentos como o pesqueiro, salineiro e petrolífero estão entre os mais preocupados com os efeitos do tarifaço.
Por Portal 98 FM