Em 113 cidades paulistas, ao menos 140 obras com investimento previsto de R$ 1,4 bilhão dos cofres públicos estão paralisadas. É o que informou levantamento do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), realizado em 21 de outubro. Trata-se do primeiro estudo do órgão nesse sentido.
As obras são diversas — comandadas pelas prefeituras e pelo governo estadual — e abrangem áreas da educação, da saúde, da infraestrutura e do saneamento, tais como creches e escolas, unidades básicas, hospitais e redes de abastecimento de água. A maioria já deveria ter sido entregue.
Na capital paulista, o TCE-SP identificou cinco obras paradas. A lista inclui uma rede de distribuição de água da Sabesp na Penha, zona leste; as obras de expansão da linha 17-ouro do metrô e uma escola. Duas obras ligadas à Universidade de São Paulo (USP) também estão paralisadas: o hospital Cotoxó, vinculado ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina; e um auditório na faculdade, obra de responsabilidade da superintendência da USP.
Conforme os dados, as obras sofreram aumento de 11,6% em relação ao valor original. Isso ocorreu devido à necessidade de aditamentos, complementos ao valor original para elas poderem ser realizadas. Apesar de estarem abandonadas, 68% do valor previsto já foram pagos. Embora inacabadas, em mais de seis em cada 10 (60,7%) os contratos não foram interrompidos, mesmo com a obra aguardando retorno.
Duas condições preocuparam em especial os técnicos que fizeram a vistoria. A primeira delas é que quase metade (47,85%) dos locais aparenta abandono, o que pode dar brecha para ocupações irregulares, atos de vandalismo ou colocar em risco segurança de terceiros. O segundo fator é que a maioria (57,14%) está exposta às condições climáticas, o que pode favorecer a deterioração, correndo o risco de terem de ser refeitas quando as obras forem retomadas.