O delegado da Polícia Civil do Ceará Igor Vasconcelos Fernandes, de 41 anos, envolveu-se numa confusão em um bar em Fortaleza (CE), na sexta-feira (15/11), e acabou detido após chamar um policial militar de “vagabundo”.
Com sinais de embriaguez, o delegado precisou ser contido por sete policiais. O PM alvo de xingamentos teve que chamar reforços para atuar na ocorrência. O estabelecimento onde o caso ocorreu fica no Bairro Varjota, área nobre da capital cearense.
Tudo teria começado, após os PMs serem chamados ao local, pois havia um homem embriagado e armado causando problemas no bar. Assim que chegaram ao estabelecimento, os policiais constataram que o alvo da denúncia era um delegado.
As imagens mostram que, durante a confusão, o delegado, visivelmente alterado, aproxima-se de um dos policiais, dizendo o seguinte: “Sou delegado de polícia, ‘rapá’. E tu é quem?”. Antes disso, ele havia chamando o PM de “vagabundo”, que respondeu o seguinte: “Vagabundo, não, me respeite”.
O policial alertou que o delegado estava de folga, bêbado e dando trabalho no local. Igor Vasconcelos, no entanto, seguiu encarando o PM, até a chegada dos reforços. Ele só foi contido, após a ação conjunta de sete homens da polícia militar.
O delegado foi levado até uma delegacia, mas foi solto após prestar esclarecimentos. A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e do Sistema Penitenciária (CGD) instaurou procedimento administrativo para investigar o caso. Igor deve reponder a processo disciplinar.
A defesa dele alega, em nota, que a abordagem policial teve “excessos”, “tortura”, “abuso de autoridade” e “uso indevido de algemas”. Além disso, o advogado Leandro Vasques argumenta que Igor não estava portando arma.
“A defesa do delegado esclarece, inicialmente, que ainda está se debruçando sobre todas as circunstâncias que envolvem o caso para inteirar-se de todo o contexto. Além da análise de imagens e áudios do momento da abordagem pela Polícia Militar, faz-se imprescindível um criterioso exame sobre a condução do delegado pelos militares, de modo a se verificarem eventuais excessos por agressões caracterizadoras de tortura, abuso de autoridade ou uso indevido de algemas, com violação à Súmula Vinculante 11”, inicia o texto da nota.
E continua: “Destaque-se que o delegado, que sequer estava portando arma, é frequentador do estabelecimento em que se deram os fatos, sendo reconhecido pelos que lá trabalharam como alguém que jamais causou qualquer desconforto”.
Por Metrópoles