Internada em estado grave após dar entrada, na tarde desta sexta-feira, no Hospital municipal São Francisco de Assis, em Porto Real, no Sul Fluminense, uma criança de 6 anos teria sido agredida pela madrasta depois de beber um copo de leite sem autorização. A afirmação foi feita à Polícia Civil pela mãe da criança, de 28 anos, e também pela mãe da suposta responsável pelas agressões – as quatro moram na mesma casa, no bairro Jardim das Acácias, em Porto Real.
Na 100ª DP (Porto Real), que investiga o caso, as duas mulheres contaram que a violência contra a menina começou na última sexta-feira e persistiu até a manhã desta segunda, quando a sogra da mãe da vítima acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Em um dos momentos de agressão ao longo do fim de semana, ainda conforme os depoimentos prestados na delegacia, a suposta agressora dobrou um fio de televisão várias vezes e desferiu diversos golpes na enteada.
A madrasta, de 25 anos, foi autuada em flagrante pelo crime de tortura, que tem pena de 2 a 8 anos de prisão, podendo ser agravada em caso de lesões graves permanentes à vítima, por exemplo. A mulher já tem passagens na polícia por lesão corporal, em um episódio no qual agrediu a própria mãe — a mesma que, agora, depôs contra ela no caso da violência contra a criança.
Ao dar entrada no hospital, a vítima precisou ser intubada de imediato, em virtude do quadro delicado. A expectativa é que ela seja transferida para uma unidade de saúde na cidade vizinha de Resende assim que a situação clínica for estabilizada.O estado da menina chamou a atenção de uma guarnição da Guarda Municipal de Porto Real que se encontrava baseada no hospital, e o 37º BPM (Resende) foi acionado.
Horas depois, a mãe e a madrasta da vítima, que mantêm um relacionamento há cerca de um ano, foram localizadas em casa por policiais do batalhão e encaminhadas à 100ª DP. Por nota, a Polícia Militar chegou a afirmar que as duas eram “suspeitas das agressões”. Não está descartada a hipótese, a depender das investigações, de que as duas mulheres adultas que também moravam na residência venham a responder criminalmente ao menos por omissão.
Por O Globo