Grupos de proteínas tóxicas que se acredita serem responsáveis pelo declínio cognitivo associado à doença de Alzheimer chegam a diferentes regiões do cérebro precocemente e se acumulam ao longo de décadas, de acordo com um novo estudo da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.
A pesquisa, apresentada na revista Science Advances, na última semana, é a primeira a usar dados humanos para quantificar a velocidade dos processos moleculares dessa doença neurodegenerativa e, eventualmente, pode ter implicações importantes para o planejamento de tratamentos.
Também altera a teoria de que aglomerados se formam em um local do cérebro quando uma reação em cadeia ocorre em outras áreas; um padrão visto em ratos. Essa disseminação pode acontecer, mas não é o principal motivador, segundo os pesquisadores.
“Duas coisas tornaram este trabalho possível”, disse à AFP Georg Meisl, químico da Universidade de Cambridge e o principal autor do artigo.

“Uma foram os dados muito detalhados obtidos por PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons) e vários conjuntos de dados que reunimos, e a outra são modelos matemáticos que desenvolvemos nos últimos dez anos.”
Os pesquisadores usaram cerca de 400 amostras de cérebro de pacientes com Alzheimer após óbitos, assim como 100 tomografias de pessoas que vivem com a doença, para rastrear o acúmulo de tau, uma das duas proteínas-chave envolvidas na doença.
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