O ministro da Economia, Paulo Guedes, reconheceu que o combate à inflação será “um grande desafio” para o Brasil e o mundo no ano que vem. Segundo o chefe da pasta, o país tem condições de controlar a alta dos preços antes da maioria dos países ricos.
“No próximo ano, é verdade que teremos um grande desafio. É verdade que a inflação está subindo”, admitiu Guedes, ao participar de um evento promovido pela Apex Brasil. “Eu acho que o Banco Central agiu rápido e vai controlar a inflação antes da maioria dos países avançados”, aposta o ministro.
Ainda de acordo com Paulo Guedes, as instituições monetárias dos outros países “estão dormindo no volante” em relação à inflação. “Os bancos centrais deveriam acordar. A inflação é forte e vai durar nos Estados Unidos”, projetou.
As declarações do ministro da Economia foram dadas no dia em que o Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central (BC) anunciou a elevação da taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) de 7,75% para 9,25% ao ano. A decisão, tomada por unanimidade, já era esperada pelo mercado.
Foi o sétimo aumento consecutivo na Selic determinado pelo Copom. Este também é o maior patamar dos juros em pouco mais de quatro anos, desde julho de 2017, quando a taxa estava em 10,25% ao ano.
O objetivo do BC é assegurar a inflação do ano que vem dentro da meta estipulada pelo governo, de 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto porcentual para cima ou para baixo.
Otimismo
Na terça-feira 7, desta vez participando de um evento com empresários organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), Guedes já havia adotado um discurso otimista em relação à retomada econômica do país.
“Quando eu olho para o futuro, não consigo ver o Brasil não crescer”, disse Guedes. “Há dificuldades pela frente. Se às vezes parece que somos irreais, não é isso. É porque temos que resistir ao ceticismo dos perdedores das eleições anteriores, que geriram o país por 30 anos e atolaram o Brasil em um crescimento zero.”