O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou em nota divulgada por meio de seus advogados nesta terça-feira que o relatório apresentado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA) na CPMI do 8 de Janeiro não tem qualquer elemento que o conecte aos atos. No comunicado, Bolsonaro destacou sua indignação diante da proposta de seu indiciamento apresentado pela senadora.
“A proposta de indiciamento — para além da ausência de quaisquer elementos que conectem o ex-Presidente com os atos investigados —, mostra-se parcial, tendenciosa e totalmente pavimentada por viés político e não jurídico, olvidando-se, inclusive, da ostensiva crítica aos atos de vandalismo feita nas redes sociais do ex-mandatário no próprio 08/01”, afirmou Bolsonaro na nota.
O relatório final da CPMI do 8 de Janeiro sugere o indiciamento de 61 pessoas, incluindo integrantes e aliados do governo passado. Além do próprio ex-presidente Jair Bolsonaro, a lista inclui o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o ex-diretor da Polícia Federal Rodoviária (PRF) Silvinei Vasques, os ex-ministos Anderson Torres (Justiça), Walter Braga Netto (Defesa e Casa Civil), Augusto Heleno (GSI), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), além da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).
Em nota divulgada à imprensa, Bolsonaro afirma que a parcialidade do relatório ficou clara ao omitir do indiciamento os responsáveis pela garantia dos prédios públicos. Os advogados que assinam a nota também destacaram que o ex-presidente não foi convocado para prestar declarações o que, segundo eles, Bolsonaro faria “sem qualquer receio”.
“Chama atenção — e causa igual indignação —, a proposta de indiciamento de um sem número de civis e militares, na maioria também sequer ouvidos, evidenciando a crescente hostilidade com as Forças Armadas. É lamentável que o termo final de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito venha acintosamente divorciado da impessoalidade que deveria presidir suas conclusões”, afirmou.
Por O Globo