Desde março de 2022, quando entrou em vigor o novo Plano Diretor de Natal (PDN), a Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) emitiu 81 licenças para a construção de empreendimentos com base nas novas prescrições urbanísticas. Esses empreendimentos somam, de acordo com Thiago Mesquita, titular da pasta, R$ 2,4 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV). O VGV é uma métrica utilizada para calcular o montante total que será arrecadado com as vendas de cada unidade. As regiões Leste e Sul da cidade continuam sendo as de maior interesse, mas a zona Norte tem começado a despontar como área de bons investimentos, segundo Mesquita.
Ele detalha que cerca de 20 das 81 licenças emitidas são para construções naquela que é a região mais populosa de Natal. “São empreendimentos mais voltados ao Minha Casa, Minha Vida, responsáveis por investimentos significativos que pegam uma boa parcela do VGV, de R$ 2,4 bilhões. Isso mostra que realmente faltava para a zona Norte um plano diretor que pudesse manter o equilíbrio da preservação dos aspectos socioambientais e ao mesmo tempo desenvolver segurança para os investidores”, afirma o secretário.
Os bairros de Tirol e Petrópolis, na zona Leste, e Lagoa Nova, Capim Macio e Ponta Negra, na zona Sul, seguem como os locais de investimentos mais robustos dentro das novas prescrições, com equipamentos de uso multifamiliar. Para Thiago Mesquita, o cenário atual confirma a expectativa inicial em torno dos efeitos do novo Plano. “O PDN certamente é o mais moderno do País hoje. Ele tem todas as prescrições urbanas que favorecem tanto os aspectos socioambientais como também os de eficiência e desenvolvimento econômico. É um plano que consegue ser um grande instrumento de atrativo para quem quer investir em Natal”, assegura o gestor.
Quem atua nos setores imobiliário e da construção civil concorda que houve uma guinada no mercado local a partir da revisão do PDN. Wescley Magalhães, gerente da Moura Dubeux e Mood no RN avalia que o mercado da capital está carente de produtos, mas esta lacuna tende a ser revertida a partir de agora. “O Plano Diretor fecha um capítulo da história da cidade que envolve a crise econômica, iniciada em meados de 2015, e a pandemia, a partir de 2020, e permite uma nova geração de empreendimentos”, analisa.
“E essa nova geração é tocada pelo perfil de consumo, que mudou já que naturalmente esses empreendimentos têm características diferentes dos anteriores. Há espaço para Natal porque o estoque está pequeno e existe uma demanda reprimida por imóveis, o que nos anima a promover investimentos”, acrescenta o gerente da Moura Dubeux e Mood no RN.
Ricardo Abreu, da Abreu Imóveis, diz que o Plano Diretor significa um ‘reset’ para o lançamento de projetos inteligentes, os quais provocaram uma espécie de despertar no mercado local. Na imobiliária, as vendas de casas e apartamentos cresceram, até setembro de 2024, 50% em comparação com igual período do ano passado. “Isso é fruto do novo Plano Diretor, que deu um start e um reset com lançamentos de projetos inteligentes. O mercado voltou e Natal vive um bom momento de se ver”, analisa.