Aliados de Jair Bolsonaro (PL) já esboçaram uma espécie de cronograma para as próximas etapas da investigação sobre a trama do golpe militar que, supostamente, teria sido liderado pelo ex-presidente. A ação ocorre ao mesmo tempo em que àqueles mais próximos a ele aguardam a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), prevista para este mês de fevereiro.
Nos bastidores, acredita-se que o Supremo Tribunal Federal (STF) deve agilizar o caso para concluir um eventual julgamento antes do fim de 2025, impedindo que o desfecho fique para 2026, ano em que ocorrem as eleições presidenciais.
“O STF não vai querer deixar para resolver a prisão no ano que vem, com a contaminação da campanha política”, afirmou um integrante do PL, à colunista Malu Gaspar, sob condição de anonimato.
Para garantir celeridade, ministros do colegiado avaliam até mesmo aumentar a frequência das sessões, que atualmente ocorrem quinzenalmente às terças-feiras. A partir daí, os magistrados vão decidir se há ou não elementos suficientes para transformar a denúncia em ação penal.
A expectativa entre aliados próximos ao ex-capitão é de que a denúncia seja aceita por unanimidade, com os votos de Moraes, Cármen Lúcia, Luiz Fux e os ministros indicados por Lula, Cristiano Zanin e Flávio Dino. Além disso, acredita-se que os primeiros embargos de declaração sejam analisados até dezembro de 2025, antes do recesso do STF.
No entanto, com a decisão do STF em 2019 que alterou a regra sobre a execução imediata da pena após condenação em segunda instância, ele só poderia ser preso após o trânsito em julgado do caso, ou seja, quando não houver mais recursos.
Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal por abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.