Um estudo alarmante, apresentado pelo Centro Estratégico de Excelência em Políticas de Águas e Secas (CEPAS) e divulgado essa semana, durante COP30, projeta que o Nordeste brasileiro pode ter 99% de seu território sob condições áridas ou semiáridas até o final do século.
O futuro do Nordeste
O levantamento, baseado em modelos climáticos globais, indica que o fenômeno da desertificação no Nordeste vai se intensificar drasticamente se as emissões de gases de efeito estufa permanecerem em alta.
Mesmo que sejam implementadas apenas medidas moderadas de mitigação, a projeção é que, até o ano de 2100, a área considerada árida na região aumente de 3% para 26% e a semiárida tenha um avanço de 43% para quase 60% do território nordestino, como divulga o portal Agro em campo.
Contudo, o cenário anterior ainda é melhor do que um futuro sem nenhuma mitigação. Nesse caso, sob o pior prognóstico, indica que 99% da área total do Nordeste ficaria sob condições de aridez ou semi-aridez.
Impactos e antecipação no Ceará
O Ceará é apontado como o estado onde os efeitos vão ser sentidos de forma mais antecipada e intensa. Áreas atualmente classificadas como sub úmidas, como os sertões dos Inhamuns, o Cariri e o médio Jaguaribe, tendem a se transformar em regiões semiáridas já nas próximas duas décadas.
As consequências diretas incluem uma severa redução na recarga subterrânea de água, aumento da intermitência dos rios, forte pressão sobre os reservatórios e, crucialmente, uma queda acentuada na produtividade agrícola, elevando a vulnerabilidade das comunidades rurais.
Alerta urgente na COP30
Diante dessas projeções, os especialistas alertam para a urgência em adotar medidas de adaptação, reconhecendo o Nordeste como a fronteira climática do Brasil. O estudo enfatiza que a gestão hídrica deve se tornar adaptativa, integrando a ciência, políticas públicas e as comunidades locais.
As recomendações para os debates da COP30 incluem reconhecer a importância nesse processo de aridização, basear as respostas em ciência e planejar a adaptação de forma rápida, a fim de mitigar o avanço do estresse hídrico.
Por BNews Natal











