O sistema de monitoramento da Rodovia dos Bandeirantes registrou a passagem de 6.661 veículos, na manhã do último sábado (12), no primeiro pedágio dentro do trecho bloqueado para a realização do passeio de motociclistas com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), segundo a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) informou nesta quarta-feira (16).
A contagem foi feita entre 11h e 12h30 no pedágio de Campo Limpo Paulista, na altura do km 39 da rodovia, logo no início do passeio em apoio ao presidente no local.
No horário entre 12h26 e 13h31, na altura do km 36, em Caieiras, o número registrado foi um pouco menor: 6.216 veículos, abaixo do divulgado nas redes sociais por apoiadores do presidente, que chegaram a falar em mais de 1,3 milhão de motos participando do ato.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo estimou que o evento teve a presença de cerca de 12 mil motos na região do sambódromo do Anhembi, em Santana, na Zona Norte da capital paulista, onde ocorreu a concentração.
Os dados divulgados pela Artesp foram coletados nas praças de pedágio da AutoBAn, concessionária que administra a rodovia dos Bandeirantes, por meio do Sistema de Monitoramento de Informações de Pedágio (MIP).
O MIP é usado em todos os pedágios do estado e serve para a Artesp auditar os valores de pedágio informados pelas concessionárias e o coletado pelo sistema da agência.
As motocicletas, porém, não pagam pedágio na rodovia dos Bandeirantes e a Artesp informa, contudo, que o MIP não está programado para coletar informações sobre a passagem desses motociclistas.
“Cabe esclarecer, que os dados foram coletados nas praças de pedágio da AutoBAn, através do sistema MIP, que não está preparado para coletar informações sobre a passagem de motocicletas, visto que os mesmos não pagam tarifa nesta concessão. Além disso, durante o evento, por muitas vezes, os motociclistas passaram juntos pelas cabines, o que dificulta ainda mais a detecção dos sensores de pista”, diz a Artesp.
Com isso, o número real de veículos que passaram pelo trecho pode ser maior do que o registrado pelo MIP.
Entretanto, o especialista em Regulação de Transporte da Artesp, Lincoln Seiji Otsuichi, afirmou que o sistema funciona com a detecção da massa metálica que passa por cima dos sensores.
Dessa forma, motos que tenham passado pelo sensor foram provavelmente registradas, mas as que passaram lado a lado ou com distância menor do que 1,5 metro entre elas, podem ter sido contabilizadas como veículos únicos.
Isso significa que o número de veículos que passaram pelos MIPs naqueles horários pode ser maior, mas não necessariamente o dobro do detectado pelos aparelhos.
“No caso da Autoban, o sistema não está calibrado para a contagem desse tipo de veículo. O MIP funciona a partir da detecção da massa metálica por sensores instalados no chão, assim, caso as motos tenham passado lado a lado ou a uma distância menor do que 1,5 metro, há a chance de o sistema ter registrado como um único veículo”, disse Otsuichi.
G1