A britânica Faye Louise, de 43 anos, nunca imaginou que suas cólicas intensas podiam ser causadas por um câncer raro. Quando o diagnóstico veio, porém, ela precisou enfrentar uma cirurgia que envolveu a remoção de oito órgãos, incluindo todo o seu sistema reprodutor. Foram retirados o baço, vesícula biliar, apêndice, os dois ovários, útero, colo do útero e as trompas de falópio.
Ela foi diagnosticada com câncer de apêndice em 2023. A descoberta foi inesperada: Faye sentia dores abdominais que inicialmente associou ao ciclo menstrual e procurou o médico. Um ultrassom revelou que ela tinha um cisto no ovário e uma cirurgia foi realizada para removê-lo.
Contudo, o verdadeiro diagnóstico veio logo após o procedimento: a mulher tinha um câncer raro que afetava o apêndice, com células tumorais já espalhadas pelo abdômen.
Os sintomas iniciais foram leves e vagos, incluindo cólicas e inchaço abdominal, especialmente no período menstrual — por isso, ela deu pouca importância a eles. Os sinais, porém, evoluíram e se tornaram cada vez mais dolorosos.
O câncer de Faye
Esse conjunto de sinais é típico da pseudomixoma peritoneal, o acúmulo de massa gelatinosa no abdômen que é fruto do câncer no apêndice. Esse tipo de tumor é raro, mas segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) sua incidência está aumentando. Em geral, o câncer é encontrado por acaso, em operações em outros órgãos ou quando seus sintomas já estão avançados, mas as chances de sobrevida são altas, entre 67% e 97%.
Após descobrir o câncer, Faye foi submetida a uma cirugia complicada. Além dos oito órgãos que foram removidos, ela teve partes do fígado retiradas e passou por uma raspagem do diafragma e da pelve para eliminar possíveis células tumorais.
“Perdi minha mãe devido ao câncer de intestino dois anos antes, então meu pensamento inicial foi que a história estava se repetindo. Tive muitos ataques de pânico, foram dias difíceis. Não vou esquecer da fraqueza que senti naqueles primeiros dias”, disse em seu Instagram.
Após a cirurgia, Faye passou por quimioterapias preventivas para eliminar o risco de desenvolver novos tumores. A notícia de que o câncer estava em remissão veio no Natal de 2023, e ela continua fazendo exames preventivos para acompanhar a doença. Desde a recuperação, a mulher tem arrecadado fundos para o tratamento de pessoas com câncer no Reino Unido.
Por Metrópoles
