A chegada de novas variantes do coronavírus ao estado de São Paulo provoca o aumento do temor de uma possível terceira onda.
Nesta semana foi identificada uma nova cepa, a P.4, já presente em 21 cidades de São Paulo. A infecção pela variante indiana de um homem de Campos dos Goytacazes (RJ) que fez escala de voo no aeroporto de Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo, também é considerada uma ameaça pelas autoridades de saúde.
Essas descobertas aconteceram em meio à alta de internações em leitos de unidade de terapia intensiva (UTI), que voltaram a ficar acima dos 80%. Até o momento, mais de 110 mil pessoas perderam a vida para a Covid-19 no estado – o país ultrapassou 450 mil mortes na terça-feira (25).
O infectologista Marcos Boulos, professor da Universidade de São Paulo (USP), prevê que a terceira onda terá início em breve. E as novas variantes, sobretudo a indiana, cujas informações são mais conhecidas, contribuirão para que isso aconteça.
“Independentemente da cepa, os casos estão subindo. Estamos esperando mais uma vez uma falência do sistema médico nas próximas duas ou três semanas. A nova cepa vai ajudar que seja pior, mas [a terceira onda] vai acontecer de qualquer jeito”, afirma.
O surgimento de uma variante é explicado pela alta presença do vírus em uma região, pela alta taxa de contaminação. Isso significa que uma mutação pode ser “engolida” por outra por conta de sua adaptação ao ambiente.
Na avaliação de Boulos, a reabertura para o público de atividades como comércio, bares e restaurantes foi precipitada. Ele considera um acerto, ainda que tardio, o adiamento de uma flexibilização ainda maior do Plano São Paulo, que reúne estratégias de combate à Covid-19, prevista para 1º de junho.
Por Metrópoles