A adolescente de 16 anos que estava internada em Campinas, no interior de São Paulo, sob suspeita de estar com febre maculosa morreu na noite desta terça-feira (13).
A causa do óbito não foi confirmada, mas a jovem também estava na festa, na fazenda Santa Margarida, no distrito Joaquim Egídio, no dia 8 de junho, em que três pessoas contraíram a doença e depois morreram. A informação foi confirmada pela Secretaria de Saúde do município.
Mais cedo, também na última terça-feira, a Prefeitura de Campinas já havia confirmado dois óbitos por febre maculosa de pessoas que participaram da festa. Um deles foi do empresário e piloto Douglas Costa, de 42 anos, que morava em Jundiaí, e o outro, de uma mulher, de 28 anos, de Hortolândia.
Na segunda-feira (12), a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo já tinha confirmado a morte da namorada de Douglas, a dentista Mariana Giordano, de 36 anos, pela mesma causa.
Segundo a Secretaria de Saúde de Campinas, a adolescente deu entrada em um hospital da rede privada da cidade no dia 9 de junho. O caso dela foi notificado à Vigilância em Saúde como suspeita de febre maculosa, dengue, leptospirose ou meningite. A família, porém, só citou o evento da fazenda Santa Margarida nesta terça-feira, depois da repercussão das mortes na imprensa. “O caso aguarda resultado de exames do Adolfo Lutz”, informou a secretaria.
Se confirmada, será a sexta morte de uma pessoa que adquiriu a febre maculosa na cidade neste ano. Os outros casos se referem a três vítimas que frequentaram uma festa em Joaquim Egídio e duas pessoas que morreram pela doença e moravam no município campineiro.
Em todo o estado, foram registrados 12 casos de febre maculosa, com seis óbitos em 2023, já incluindo os três confirmados desta semana. Em 2022, foram registrados 53 casos, com 37 óbitos confirmados. Já em 2021, foram 76 casos e 42 óbitos, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
Campinas está localizada em uma região considerada endêmica para a febre maculosa, doença causada por uma bactéria e transmitida por tipos de carrapato que são encontrados em animais como capivaras e cavalos. A fazenda Santa Margarida, provável local do surto, está proibida de receber novos eventos, conforme determinou a prefeitura da cidade.
“A fazenda só poderá fazer novos eventos quando apresentar um plano de contingência ambiental e de comunicação. Os responsáveis pelo local foram notificados sobre a importância da sinalização quanto ao risco da febre maculosa”, disse a administração em nota.
“Nos próximos dias, técnicos do Devisa [Departamento de Vigilância em Saúde] farão uma pesquisa para verificar como está a infestação de carrapatos [pesquisa acarológica[ no espaço”, completou.
A prefeitura informou que emitiu alertas pela rede do Cievis (Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde) para órgãos nacionais e estaduais, a fim de monitorar o estado de saúde de pessoas de outras cidades que também estiveram no evento.
Por meio de um comunicado, a fazenda Santa Margarida disse que “sempre agiu e age de acordo com todas as normas e exigências legais relacionadas à vigilância sanitária” e que mantém “um rigoroso processo de manutenção e cuidados em relação ao espaço e sua conservação”.
Os responsáveis pelo local informaram também que toda a documentação da fazenda “está em conformidade e regularidade com os órgãos competentes e as exigências legais, incluindo a Prefeitura Municipal de Campinas”, e que nós últimos anos “nunca houve nenhum caso semelhante ao surto que está sendo presenciado”.
Segundo informou o portal R7, a fazenda Santa Margarida lamentou as mortes e se colocou à disposição das autoridades para ajudar nas investigações.