Osurgimento de novas subvariantes da covid-19 deve provocar um novo aumento de casos de covid-19 no RN, mas não deverá ocasionar um aumento significativo das internações e casos graves. Essa é conclusão de infectologistas e imunologistas ouvidos pela Tribuna do Norte. O Estado registrou 164 novos casos confirmados de covid-19 em 24 horas, de acordo com boletim da Secretaria de Saúde Pública (Sesap), divulgado nesta quinta.
O número de casos suspeitos por sua vez subiu de 294 para 403, entre quarta e quinta-feira. Frente ao crescimento do número de casos, infectologistas do RN recomendam o reforço da vacinação em adultos e crianças, que está abaixo do esperado, e das medidas de prevenção. Segundo dados do RN+Vacina, 21,8% da população do Estado tomou o segundo reforço da vacina (D4) e 57,7%, o primeiro reforço (D3). Em números reais, são cerca de 719.108 pessoas com a terceira dose em atraso no RN e 558.453 em falta com a quarta dose. A quantidade é abaixo do esperado, tendo em vista a meta de vacinação, que é de 90%. Apenas a D1 cumpriu esse número, com 95,1% da população vacinada.
“A tendência vai ser basicamente essa. Essas variantes vão surgir, isso é uma coisa que a gente já espera que vá acontecer mesmo, como é a transmissibilidade, evidentemente, mas que elas não se revertam em um aumento de casos graves, óbitos e hospitalizações porque as pessoas estão imunizadas e a tendência é que essas variantes, à medida que elas surjam, também desapareçam rapidamente”, diz o imunologista do LAIS/UFRN, Leonardo Lima.
Ainda de acordo com ele, os cuidados devem ser reforçados para que se possa atravessar o momento com maior tranquilidade. “Isso indica, também, que a gente precisa reforçar as campanhas de vacinação e estimular as pessoas com vacinas em atraso a procurarem seus imunizantes. É preciso que a gente transmita essa mensagem com cuidado”, afirma.
Para Leonardo, o número de casos tem apresentado estabilidade e é natural que novas variantes surjam. De acordo com ele, essas são variantes menos letais, embora mais transmissíveis. “A gente tem uma redução do número de casos sustentada a partir do processo de imunização. As variantes irão surgir naturalmente. São variantes que podem ser mais transmissíveis, mas com a letalidade mais baixa”, diz.
Baixa cobertura vacinal em crianças também deve ser levada em consideração.“Muitos pais negligenciam a vacinação das crianças, de 3, 4 anos. É importante que o Ministério da Saúde envie as vacinas para os estados e os estados façam campanhas massivas para estimular os pais e os responsáveis”, comenta.