O próximo ano será difícil para a economia mundial, com pelo menos um terço do planeta entrando em recessão, alertou o Fundo Monetário Internacional (FMI), na quinta-feira 6. Segundo a diretora-geral do órgão, Kristalina Georgieva, mesmo os países que não entrarem em recessão “sentirão” como se estivessem em uma.
De acordo com o FMI, “múltiplos choques” mundiais, como a invasão da Ucrânia pela Rússia, os altos preços de energia e alimentos e as pressões inflacionárias persistentes são as principais razões para uma perspectiva negativa da economia para o próximo ano.
“É mais provável que as coisas piorem antes de melhorar”, disse Georgieva. Segundo ela, a invasão da Ucrânia, que começou em fevereiro, mudou drasticamente a perspectiva do FMI para a economia. “Os riscos de recessão estão aumentando”, observou, chamando o atual ambiente econômico de um “período de fragilidade histórica”.
O FMI estima que os países que representam um terço da economia global terão pelo menos dois trimestres consecutivos de contração neste ano ou em 2023.
Diante da situação, Georgieva disse que o FMI recomenda que os bancos centrais no mundo continuem a subir as taxas de juros para enfrentar persistente pressão inflacionária e para garantir que subir os preços não se torne uma prática das empresas em relação a seus encargos e salários.
“Não aumentar o suficiente faria com que a inflação se tornasse desancorada e entrincheirada, o que exigiria que os juros futuros subam muito mais, causando grandes danos ao crescimento e às pessoas”, explicou a diretora-geral.
No entanto, ela reconheceu que subir demais os juros pode levar a uma “recessão prolongada”, mas o risco de fazer muito pouco no momento é maior, disse ela.
A diretora-gerente do FMI terminou seu discurso dizendo que não existe solução rápida para a economia mundial e que a única saída para este cenário é uma cooperação ampla entre todo o planeta.
Por Revista Oeste