O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) começou a semana que passou anunciando a demissão ou troca de seis ministros de uma só vez. As mudanças ocorreram no momento em que o presidente se vê acuado por sua base de apoio no Congresso, por empresários e pelo mercado financeiro, devido à condução do combate à pandemia da Covid-19. A dança das cadeiras não afetou a área econômica do governo, mas o setor foi poupado da dança das cadeiras na Esplanada – ainda que também enfrente desgastes.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, acabou ganhando defesa pública de políticos do Centrão, pedindo a permanência do “posto Ipiranga” de Bolsonaro no cargo.
O apoio público a Guedes, entretanto, não significa que o ministro esteja bem avaliado pela base do governo no Congresso. Ao contrário. O ministro terminou a semana travando uma queda de braço com o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), por divergências no Orçamento da União. Mas, na avaliação de Lira e de seu entorno, uma saída de Guedes do governo só terá como resultado aumentar ainda mais a crise econômica que o país enfrenta em consequência da pandemia.
Esse diagnóstico foi colhido tanto por Lira quanto pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), em conversas com empresários nas últimas semanas. Um interlocutor de Lira resumiu que o grupo pensa sobre Guedes: “Ruim com ele, pior sem ele”.
Por Metrópoles