Um estudo desenvolvido por pesquisadores britânicos aponta que 95% dos casos de varíola dos macacos são transmitidos sexualmente. Publicada no New England Journal of Medicine, a pesquisa analisou 218 infecções diagnosticadas entre 27 de abril e 24 de junho deste ano, em 43 locais de 16 países.
O estudo mostra ainda que, além dos sintomas comuns (febre, dor de cabeça e erupções cutâneas), os pacientes também registraram sintomas não relacionados ao vírus, como lesões genitais e feridas na boca. Apesar das conclusões, os pesquisadores reforçam que a doença não é sexualmente transmissível, mas que pode ser disseminada por contato.
“É importante enfatizar que a varíola não é uma infecção sexualmente transmissível no sentido tradicional. Ela pode ser adquirida através de qualquer tipo de contato físico próximo. No entanto, nosso trabalho sugere que a maioria das transmissões até agora está relacionada principalmente à atividade sexual, mas não exclusivamente, entre homens que praticam sexo com homens”, disse o principal autor do estudo, John Thornhill.
Ele explica que embora 13% das infecções tenham sido hospitalizadas, nenhuma complicação grave foi relatada na maioria dos internados e não houve mortes. Contudo, a identificação simultânea de casos fora de áreas onde a varíola tem sido tradicionalmente endêmica destaca a necessidade de identificação e diagnóstico rápidos.